No coração de Catânia e entre as iniciativas de solidariedade voltadas para os mais vulneráveis, nasceu o projeto “Aba-Pai”. Essa iniciativa, parte do projeto “13 Casas” para o Jubileu, procura oferecer uma oportunidade de recomeço para pais separados que enfrentam dificuldades econômicas e de moradia. A ideia surgiu de uma análise cuidadosa do contexto local e de ouvir as pessoas que procuram o centro diurno todos os dias em busca de apoio. O objetivo não é somente fornecer abrigo temporário, mas também promover a autonomia e o bem-estar psicológico dos beneficiários, fomentar relacionamentos saudáveis entre pais e filhos e apoiar a reintegração social.

Um projeto inovador e concreto que estimula a criatividade

O ‘Aba-Pai’, nascido na estrutura do projeto “13 Casas” para o Jubileu, procura oferecer acomodação estável a esses pais em dificuldade. A casa que abrigará o projeto foi disponibilizada pelas Filhas da Caridade e representa um modelo de colaboração entre os diferentes ramos da Família Vicentina. Voluntários, irmãs missionárias e muitos membros da comunidade que decidiram apoiar o projeto com seu compromisso fazem parte dessa iniciativa.

Mas a ideia não para por aí. A área disponível abrange 3.000 metros quadrados, com o objetivo futuro de criar uma “Centro da Caridade”, um local onde várias associações podem colaborar para atender às necessidades emergentes da sociedade. Entre os próximos projetos, o plano inclui espaços para pacientes em tratamento de câncer, áreas para jovens voluntários e até mesmo uma casa de férias para turistas, isso não somente contribuirá financeiramente para o projeto, mas também oferecerá oportunidades de trabalho para pessoas em dificuldade. 

Além disso, duas iniciativas importantes já estão em andamento: a “Casa do Samaritano”, que oferece moradia temporária para homens e mulheres sem-teto, e a “Casa Luz”, um refúgio para mulheres sobreviventes de violência. Esses projetos visam fornecer apoio prático aos necessitados e, ao mesmo tempo, promover uma comunidade baseada na colaboração e na ajuda mútua.

Uma mudança sistêmica 

O padre Mario Sirica, coordenador do projeto, enfatiza a importância de uma abordagem que vai além da assistência imediata: “Não quero lhe dar o peixe, mas ensiná-lo a pescar”. O objetivo é criar caminhos para a autonomia e a dignidade das pessoas em dificuldade por meio de um modelo baseado na generosidade e no apoio da comunidade, sem contratos públicos. Por esse motivo, o envolvimento de benfeitores e voluntários é essencial, assim como a transparência na gestão dos recursos.

Essa iniciativa também pretende mudar a percepção da pobreza: não se trata somente daqueles que vivem nas ruas, mas também daqueles que, devido a circunstâncias adversas, se encontram sem um lugar seguro para morar. “Esse projeto é um trabalho de toda a cidade, não apenas nosso”, diz o Padre Sirica, convidando a comunidade a se sentir parte ativa da mudança.

Um modelo replicável

Para aqueles que desejam iniciar uma iniciativa semelhante, o conselho do Padre Mario é claro: trabalhem juntos, envolvam pessoas e instituições e sempre atuem com transparência. A confiança e o apoio da comunidade são cruciais para criar mudanças reais e duradouras. O projeto “Aba-Pai”, com sua abordagem inovadora e sistêmica, representa um exemplo de como lidar efetivamente com novas formas de pobreza, restaurando a dignidade e a esperança dos necessitados.