Proteger, detectar, realocar
As associações juntas apelam para que grupos como os sem-teto, migrantes, alojados ou não, e outros grupos que têm de sobreviver em condições precárias sejam grupos prioritários para o rastreio no Covid-19, dada a sua elevada vulnerabilidade. Estes homens e mulheres correm um risco real de serem contaminados pelo vírus e o seu ambiente de vida precário é um factor de risco agravante. A falta de atenção a esta população específica só pode agravar a situação epidemiológica.
Devem ser tomadas medidas urgentes e prioritárias para conter a propagação da Covid-19:
1 Protecção do público sem-abrigo
A fim de assegurar a protecção dos sem-abrigo e do público vulnerável em geral, é crucial:
- Promover o acesso a alojamento seguro, higiénico e higienicamente aceitável, permitindo o isolamento dos grupos vulneráveis, a fim de controlar a potencial transmissão da doença (actualmente não possível em alojamentos colectivos);
- Garantir as necessidades primárias, incluindo o acesso a alimentos e higiene;
- Fornecer o equipamento necessário para a redução de riscos (máscaras, vestidos, etc.), tanto para os residentes como para os empregados;
- Proporcionar acesso a aconselhamento e apoio à luz do encerramento dos serviços e centros de acolhimento;
- Proteger os sem-teto das medidas punitivas da polícia, face à falta de alternativas seguras ao espaço público.
- Política de rastreio pró-activa e sistemática
2 Por uma óbvia razão de saúde pública, é urgente:
- Os testes Covid-19 são urgentemente necessários em abrigos e serviços de apoio a sem-teto e migrantes, para separar os usuários positivos daqueles que não o são, a fim de controlar a propagação do vírus;
- Testar os cuidadores que trabalham diariamente com estes grupos vulneráveis.
3 Manter as pessoas em habitação
Diante do impacto econômico da crise, é necessário:
- Manter o alojamento de pessoas vulneráveis;
- Pôr em prática soluções estruturais para o acesso à habitação, que se tornou, mais do que nunca, um imperativo de saúde pública.